quarta-feira, 17 de março de 2010

Li um post bem interessante no blog de Renato sobre edutainment e suas restrições a isto. Confesso que ainda não estou convencida sobre a real utilidade (necessidade?) de se investir tanto no desenvolvimento de jogos educativos. Não que a princípio eu seja contra, mas me incomoda essa necessidade aparentemente tão premente de diversão – o elemento ‘entertainment’ – que se coloca hoje em dia. Concebo educação como uma transformação da maneira como interpretamos os fatos, o mundo, as abstrações. É abrir mão de (pelo menos parte de) nossos conceitos e perspectivas para abraçar os de outros. Exige humildade, disciplina, reflexão e esforço em um processo muitas vezes tão desafiante quanto doloroso. Mas e o prazer de aprender? O prazer está no desafio do caminho. Está na constatação de que crescemos e que vemos o mundo de maneira mais precisa e mais ampla. Está na possibilidade de sermos mais autonômos e atuantes na melhora do mundo em que vivemos. Isso não é suficiente? Será que a gente precisa mesmo ser constantemente 'entertained'? Isto não é um pouco de menosprezo à nossa capacidade intelectual e à nossa autodeterminação de aprender? Será que precisamos sempre desse “circo”? (eu ia escrever vaselina, mas achei que talvez pegasse mal...)

3 comentários:

Renato disse...

Legal, ver que seu comentário continuou crescendo por aqui. Eu confesso que sou partidário do uso de jogos para fins educacionais, mas acho que eles são complementares ao ensino normal. Justamente porque sempre vão haver momentos (muitos) em que o aprendizado não será "caramelizado" e os estudantes tem de ser capazes de continuar mesmo assim.

Torço para continuar te lendo.

Renato disse...

Oi Anamaria, lembrando de uma pesquisa sua sobre o uso de blogs para educação, encontrei esse blog que pode ser interessante.

http://medinger.wordpress.com/category/teaching-with-blogs/

Anamaria Camargo disse...

Valeu, Renato. Vou ler sim.