terça-feira, 23 de setembro de 2008

Já que estamos tão perto das eleições municipais, achei por bem fazer um flashback de algo que publiquei aqui há um tempinho. Não sem antes porém manifestar a minha total insatisfação com o fato de ter que escolher entre os que se apresentam como candidatos aqui (só aqui?) em Salvador aquele que é menos safado, menos incompetente, menos rasteiro em suas intenções... Desde as últimas eleições, decidi que não faria mais isto. Cansei de tentar adivinhar quem é o menos pior; não vou votar em ninguém e, só volto a votar quando o sistema político exigir e sistematizar uma maneira de cobrar algo que nossos políticos não conhecem: a idéia de ‘accountability’ .

Infelizmente, até onde eu sei, não existe este termo em português. Basicamente, significa o estado de ser cobrado e ter que responder por atos cometidos. Alguém virá me dizer que esta cobrança se dá nas eleições seguintes; é só não votar naqueles que não cumpriram com o prometido. Balela. De maneira geral, quem se elege ocupa espaços vitais de manipulação (financeira, econômica, marketológica, etc.) que faz seus tentáculos se estender a perder de vista. Com isto, acumulam dinheiro, informações e almas para as próximas eleições, que certamente estarão garantidas, independentemente do que fizeram de bom ou de ruim. É assim que funciona o sistema e, nas discussões sobre reforma política, ainda não vi nada que ameace esse esquemão. Eu já sei que muitos vão achar que se abster de participar é contribuir para o status quo. Discordo. Cada vez mais estou convencida que a nossa participação só legitima o processo. Quando o número de pessoas que se recusam a compactuar com o processo for significativo, talvez, consigamos alguma mudança de fato.

Bem, mas o tópico é polêmico e eu disse que faria um flashback. Vou postar aqui, mais uma vez, uma artigo lindo sobre como cidades podem ser pensadas e geridas de maneira eficiente e inovadora. O artigo é em inglês e se chama Remixing Cities. Talvez sirva como inspiração.