quarta-feira, 2 de abril de 2008

O fim da escola

Li recentemente um texto bem interessante no blog de Dean Shareski comparando o fim da religião com o fim da escola. De acordo com Bruxy Cavey , a estrutura e as regras da religião acabarão por torná-la obsoleta. Shareski se pergunta se o mesmo não acontecerá (está acontecendo?) com a escola tal como existe atualmente. Isso me fez refletir sobre a real necessidade da escola. Muitos pensadores, aí incluído Stephen Downes, vêm há muito tempo falando sobre a obsolescência da escola e pregando o a necessidade da busca do aprendizado personalizado (deschooling). Por mais distante que isso nos possa parecer, é difícil não concordar com muitos dos seus argumentos. No entanto, o que tal movimento causaria em países em desenvolvimento como o Brasil? Quais efeitos sofreriam crianças e adultos se, ao invés de obrigá-los a freqüentar nossas escolas, lhes fosse dada a oportunidade de escolher o quê, onde e quando aprender. Vamos imaginar o cenário ideal onde eles teriam acesso a tecnologias da web 2.0, largura de banda adequada e todo o equipamento e suporte necessários. Qual seria nosso papel como educadores? O que teria que ser feito para estimular a autonomia e a iniciativa de buscar o aprendizado em uma cultura educacional tão fortemente arraigada na transmissão de informações? Como dar poder a alunos ainda tão acostumados a pensar e fazer de acordo com o que os outros determinam? Quem ou o que substituiria a escola no seu papel de promover a socialização e a tolerância às diferenças?

5 comentários:

Anônimo disse...

Cara Ana Maria, vi seu blog no orkut e resolvi dar uma passada por aqui. Com relação ao assunto exposto , acredito q no Brasil de hoje é impossível sequer pensar em fim da escola. O problema educacional aqui é tão grave q não temos escolas suficientes, nem professores suficientes, educação de má qualidade , etc. O fim da escola como vi q vc sonha está a anos luz de nosso país. Mesmo q um dia isso aconteça, penso q a escola na verdade não deve ser vista e apresentada aos pequenos como só um lugar onde se vai pra estudar. a escola deve ser vista , cuidada e amada como nosso segundo lar. Um lar gostoso de se viver , onde se aprende de tudo. Se a escola for vista dessa forma não precisará acabar mesmo com toda a tecnologia possível. O q não quer dizer q a escola ou ensino via net deva ser deixado de lado. Nada disso; tudo o q é pra incrementar o aprendizado, o saber , e a informção deve ser abraçado como mais uma ferramenta. Essa é minha opinião. Um abrç!

Anamaria Camargo disse...

Oi, Márcia Adriana. Concordo com o diagnóstico que você fez da situação das nossas escolas e também é meu odesejo de que o aprendizado e o saber sejam difundidos de todas as maneiras possíveis. Não sei se concordo com essa proposta do fim da escola de que que falei no meu post inicial, embora ela traga idéias bem interessantes. De qualquer maneira, acho que a escola TAL QUAL EXISTE AGORA, sem uma GRANDE revolução, deve sim acabar. Na verdade, acho que já acabou... Vc não acha? Valeu pela contribuição. Venha sempre visitar o blog, e, sempre que possível, opine :)

marcia adriana disse...

Cara Anamaria, é assim mesmo, tudo juntinho? :-)
Bem, eu tenho muitas amigas professoras e algumas diretoras de escolas públicas e particulares, eu, muito em breve farei parte desse universo tb. A situação é desastrosa, vergonhosa até. Acho triste escrever dessa maneira , mas o q acabou foi a educação, o aprendizado nas escolas brasileiras, pois a escola continua lá, fazendo de conta q ensina, e o governo fazendo de conta q está tudo bem. Penso q, a escola estando lá, fica faltando sim uma GRANDE revolução. Quem não souber ou naõ quiser lutar por essa GRANDE revolução nas escolas tradicionais tb não vai querer um dia lutar por melhorias ou revoluções em outro tipo de escola, seja ela qual for. Real/te só mesmo uma GRANDE revolução pra devolver o ensino e a educação de fato e de verdade para nossas escolas. Abrç e parabéns pelo blog. Mande-nos sempre notícias e novidades ; é sempre bom participar de blogs com assuntos relevantes e , como este, urgentes.

Anamaria Camargo disse...

Oi, Márcia.
Meu nome é assim junto mesmo. Idéia de mãe... já viu, né? :) Que bom (para a eduação do país)que vc vai fazer parte desse mundo. A gente precisa muito de gente com visão crítica. Espero que seja tb bom pra você. Beijos.

Anônimo disse...

Hmm, concordo com a Márcia, nãocrei que ela desapareça. Mas acredito que realmente vão surgir outras opções, como a difusão dos professores independentes, que usem o EaD para se livrar das grandes instituições como intermediárias entre aluno/professor.

Diria até que pode haver uma fragmentação da estrutura em módulos específicos para o público cada dia mais segmentado da internet. Coincidência, pois andei escrevendo um pouco sobre isso no meu blog dias atrás.

Uma referência que também pode ser interessante meninas é o link http://blog.joaomattar.com/2008/06/03/edupunk/

Ele tem uns projetos interessantes, pelo que vi anda pesquisando muito sobre o uso do second life para educação, por exemplo.

um abraço